segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Forbbiden.

Por: Renata M. uma garota completamente viciada em histórias de vampiros,e amores proibidos.

Ela olhava nos olhos dele, e essa era a chave para ela ter certeza de que ele ainda sentia algo, ela sabia que mesmo ele não tendo um coração que batia, ele tinha um coração.


- Eu te amo, e não existe nada que você diga que vá me fazer mudar de idéia. Nada. – ela disse isso com uma firmeza que o deixou tremulo, o deixou quase assustado.

- Eu posso pegar seu corpo pequeno e quebrá-lo em dois, fazer dele algo para meu conforto se eu quiser. Eu não agüento mais você me seguindo. – ele desviou o olhar e se levantou, ela suspirou e foi atrás dele através da noite gelada, as arvores deixavam o ambiente ainda mais fechado e frio, mas ela não ligava para nada disso, ela parou na sua frente e olhou dentro dos olhos cor do céu de novo.

- Não me importo e sei que você mente... – Ela engoliu um seco, porque ele havia colocado uma mão no seu ombro, ela não sentiu medo, na verdade era como se faíscas agitadas corressem em volta do toque dele.

- Eu posso matar você enquanto você estiver piscando, posso te fazer ficar louca e se matar caso eu não queira. – Ele falava daquele jeito ridículo que ele fazia todos crerem que sua personalidade era rasa e cheia de mistérios, mas ela via seus olhos, e sabia que ele não queria matá-la, ela sabia que ele nunca faria isso.

- Eu não tenho medo de você, eu não tenho medo de você. – ela sussurrava isso, porque agora ele abaixava o rosto, deixando seus olhos completamente focados, e ela sentia as mãos dele envolvendo sua cintura, enquanto ela subia as mãos para a nuca dele.

- Eu não te amo. – isso havia doido, doido de uma maneira que ela desconhecia. Em nenhum momento ele havia dito que a amava, ou que se importava com ela, ou que se quer ligava para seus sentimentos, mas ele nunca havia rejeitado ela daquela maneira. Ela persistiu. Sabia o que ela sentia, e tinha certeza o que ele sentia também.

- Eu sei que é mentira. – Ela agora o sentiu ficar rígido, agora sim ela sabia que havia tomado o controle, sabia que não importava o que ele dissesse, ele podia arrancar o braço dela, ela sabia que ele a amava, ela sabia que esse silencio foi de susto, naquele momento, tanto ela quanto ele absorviam a mais pura verdade.



Eles se amavam.



Ele matara metade de uma população, ele sentia desejo constante de sangue, mas ele a amava acima de tudo isso, ela via seus olhos como pedras preciosas, ela sentia suas mãos de pedra como se fosse alguma obra prima. Ela via além de todo o perigo, ela o amava de todo o coração.

Ela era dramática, revoltada e agia como se não ligasse para nada, mas ao mesmo tempo via que tudo que ela queria era que ele aceitasse que eles se amavam, e que ela não o deixaria por nada, ela queria poder amá-lo sabendo que ele sentia isso e não se arrependia. Ela não se importava com o perigo, ela não ligava que ele quisesse colocar todas as vidas que ele tirou na frente do que seu coração dizia, ela o amava e tinha certeza disso, ela nunca teve tanta certeza em toda sua vida.

- Você sabe que durante toda minha existência ninguém nunca olhou nos meus olhos? Você imagina como é não ter alma, viver por viver, ou seja lá o que eu estou fazendo aqui, sem ter um motivo, uma razão pra isso? E ai, como se você fosse dona do universo, em um dia chuvoso nessa merda de cidade, você decide dizer que me ama? Você imagina o quanto isso é difícil pra mim? – ele agora sofria, seus olhos diziam isso, mas ela via algo além disso ali, ela via realização, ela quase via felicidade. Um sorriso brotou em seu rosto, e ela segurou o rosto dele.

- Acho que é praticamente a mesma coisa que eu sinto. – ele sorriu com ela, mesmo não tendo motivo pra isso. – Me mate agora, beba todo meu sangue, me mande para bem longe da terra... Se eu não puder ficar com você.

- Eu não quero isso, mas não desejo essa vida pra você.

- Minha vida é você, pare de agir como se não soubesse! – ela encostou a testa na dele e chorou, olhando para o chão, sentindo ódio de si mesma, por ter perdido tanto tempo nas drogas, quando podia estar com ele, por ter deixado de acreditar em lendas, e mentir pra si mesma quando algo bom acontece na sua vida.

- Eu te amo.

- Eu sei.

- Então olhe pra mim. – ela levantou o rosto e olhou pra ele através das mechas caídas no seu rosto, ela respirava fundo e quando encontrou os olhos azuis e perfeitos dele, com fios negros de seu cabelo dançando no seu rosto por causa do vento, sentiu o coração doer.

- Me mate, eu imploro, eu não quero ter que ficar sem você, se você me ama de verdade, me mate para eu não ter que sofrer essa dor.

- Olhe pra mim. – ela levantou os olhos de novo, e ele chorava. – Eu te amo, eu te amo desde o segundo que eu te vi bebendo igual uma doente, desde quando você disse aquilo sobre meus olhos, amo você desde que eu vim para essa cidade a dezessete anos atrás e vi uma garotinha de três anos correndo pela rua com um sorriso que eu hoje em dia só vejo quando você esta comigo, eu sempre te amei. Sempre.

- Porque..? – ele abaixou a cabeça, e ela chorava com ele, ela sentia a lua lá de cima olhando para os jovens apaixonados e chorando junto com eles, ela via os olhares das estrelas suspirando, e sentia o vento querendo parar o tempo para deixá-los uma vez mais.

- Porque faço isso? Porque te amo o suficiente para não te dar essa vida. – Ele olhou para ela de novo, e segurou seu rosto entre os dedos, deixando os cabelos ruivos e lisos dela escorrerem por entre suas mãos.

- Não preciso virar o que você é, não preciso de nada disso, eu só preciso de você. Entenda isso, eu imploro.

- Eu entendo e esse é o problema..

- Me mate, mas não me deixe viver sem você, me mate.

- Já chega. – Ele disse isso e se virou de costas, andando em passos largos para longe dela. Ela caiu no chão de joelhos, pois todas as suas forças tinham ido junto com aquele olhar que ela tanto amava, ela estava sem força, sem vida. Enquanto quase se afogava em suas lagrimas, não percebeu os passos voltando e parando na sua frente.

- Não disse que viveria sem você, - ele colocou um joelho no chão e levantou o rosto dela com a ponta dos dedos, ele também sentia os olhos dela penetrando sua alma, e ele amava o jeito que ela conseguia ver uma alma nele. Naquele momento, ambos suspiraram de confusão e de dor, ele sabia que isso era errado, mas ele nunca havia feito o certo mesmo. – mas é que... Também sou idiota e egoísta, não posso mais deixar você. – ele sorriu, e ela pulou em seu pescoço sorrindo e chorando, sentindo no peito o coração finalmente bater.



A lua assistiu tudo aquilo e sorriu, porque ela observava aqueles dois jovens todas as noites, ela sabia que ela era uma garota maravilhosa por baixo de toda a maldade que fazia, e sabia que o demônio ruim tinha uma alma que só ela conseguia enxergar, mas observando aqueles dois foi que em algum lugar dentro de si ela conseguiu encontrar forças para gritar para o sol nos únicos segundos que eles se viam.

- Talvez não seja tão impossível ou tarde demais para nós, meu querido!

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